Este blog foi criado para contar a história de bravura deste lindo anjo.
João Pedro nasceu com Hérnia Diafragmática Congênita (HDC) e permaneceu neste plano por apenas 28 horas. E neste pouco tempo que ele passou por aqui, deixou um linda lição de amor, força e garra.
Ele é com certeza um Anjo Guerreiro.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mensagens de outro plano

Na segunda-feira dia 29/11 era a nossa última participação no grupo Mãos Dadas lá no Boa Nova. São somente quatro participações e depois é preciso pegar uma nova orientação para ser encaminhado para um grupo específico.

Naquele dia eu estava muito chorosa. Eu tinha passado o dia escolhendo músicas para colocar no álbum digital do nosso book fotográfico e a cada música linda que eu achava eu me desmanchava chorando. Cantava as músicas pro João Pedro e ao mesmo tempo sentia um medo de que ele não quisesse ser meu filho.

Quando descobrimos a HDC eu tentei procurar a paz e tranqüilidade em todos os meios, um deles era a leitura. Eu estava lendo o livro “Nossos Filhos são Espíritos” de Hermínio C. Miranda, e neste livro explica que muitas vezes quando há abortos espontâneos ou muitas dificuldades em uma gestação, pode ser que seja porque o espírito destinado ao bebê não queira permanecer junto desta família. Os motivos pra isso são diversos: mãe e filho ou pai e filho podem ter sido desafetos em outras vidas, o espírito pode ter medo de voltar ao plano terrestre, pode estar acomodado no plano superior e não querer ficar na terra, pode ter medo de enfrentar os desafios aos quais se comprometeu, entre outros vários motivos... E diante de tudo que já tinha acontecido na minha gestação, eu estava com muito medo que o João Pedro não quisesse ficar comigo, e por isso sentia uma necessidade imensa de mostrar pra ele que ele era bem vindo e que eu o amava.

Durante a palestra eu chorei muito, quase tive uma crise ansiedade, pois me faltou o ar e eu não conseguia respirar. O Leandro e a Léia me deram um passe espiritual durante toda a palestra. Quando acabou eles vieram conversar comigo e o Leandro me disse que agora que eu já estava no 8º mês da gravidez era pra eu ter mais cuidado ainda. Que toda essa ansiedade e medo que eu sentia poderia não ser bom. Ele disse que sabia que eu precisava tirar outra orientação mas que eu deveria deixar que o Amaral fizesse isso, que era pra eu ficar em casa, sem fazer esforço, sem me abaixar nem subir escadas. Que eu tinha que repousar pra que o João Pedro não corresse o risco de nascer antes do tempo. Eu já tava achando um exagero toda semana ele me dizendo isso, que eu tinha que cuidar pro JP não nascer antes. Eu nem cogitava essa hipótese, já que agora a minha gravidez seguia saudável. Mas tudo bem, ouvi o que ele me disse mas não segui à risca as recomendações. Claro que eu não abusava no esforço, afinal eu já estava com 33 semanas, mas também não deixava de fazer minhas coisas.

No dia 30/11 era dia de orientação no Boa, então fomos lá. Por algum motivo especial, acharam que nós precisávamos de uma orientação individual. Então lá fomos eu e o Amaral pra uma salinha com duas trabalhadoras da casa. Lá nós conversamos, contamos o que nos levou a casa pela primeira vez e explicamos sobre a HDC do João Pedro. As duas trabalhadoras se olharam e mandaram chamar a Dona Gilda. Dona Gilda é a diretora da casa, uma pessoa iluminada que tem uma missão maravilhosa neste plano, e não é qualquer pessoa que consegue uma orientação com ela.

Assim que a Dona Gilda chegou ela pediu que eu fosse no Boa Nova pra fazermos uma cirurgia espiritual no João Pedro. Marcamos para dia 02/12. Depois que marcamos a data, ela nos encaminhou para uma seção de emergência individual. Eu não sabia o que era essa emergência, mas ficamos aguardando sem imaginar o que estava por vir.

Eu já tinha lido no “Livro dos Espíritos” que durante a gestação, o espírito de um bebê fica ligado ao corpo através de um laço fluído (cordão de prata) e que este laço vai se encurtando até o momento do nascimento, onde acontece a união definitiva do espírito à matéria. Portanto, enquanto o bebê ainda está sendo gerado, há possibilidades do espírito dele se manifestar, se houver permissão, é claro.

Entramos na salinha de emergência espiritual e lá tinha o coordenador da seção e mais 6 médiuns. Pediram pra que eu e o Amaral sentássemos um ao lado do outro, nos deram papel e lápis e disseram que se ao longo da seção nós tivéssemos vontade de escrever poderíamos fazer. Eu não estava entendendo nada, não imaginava o que iria acontecer.

Então estávamos todos concentrados e o Sr Flavio iniciou a seção. De repente senti minha barriga mexer e em seguida pareceu ter murchado. E para nossa surpresa, logo ouvi uma voz de criança, meio que chorando, dizer Eu to com medo... Eu tava num lugar cheio de crianças e agora eu to nesse lugar que eu não sei onde é. Toda hora ela tem que ir no médico comigo, e tem que tomar tanto remédio...” Pronto, tive a certeza absoluta de que era o espírito do João Pedro. Naquele mesmo dia eu tinha comentado com minha psicóloga que não agüentava mais ir ao médico e tomar remédios.

Comecei a chorar de emoção. O João Pedro estava se manifestando através de uma mulher e era notável que a vós dela estava diferente, como se fosse mesmo uma criança assustada. O Sr Flávio seguiu a seção e fazia várias perguntas ao espírito e cada vez mais eu tinha a certeza de que era o meu João Pedro, pois as respostas que ele dava eram de coisas que só eu e o Amaral tínhamos vividos com ele. Nos 10 minutos em que ele se manifestou, as frases mais marcantes foram:

“eu tenho medo que eles pensem que eu sou um fraco, que eu não vou agüentar”

“eu sei que eles tão organizando tudo direitinho pra quando eu chegar”

“só queria ter certeza de que eu to fazendo tudo certinho”

“eu não queria colocar a vida dela em risco, mas toda hora ela tem que ir no médico”

“eu sei que ela me ama, e eu amo muito ela também, mas eu tenho medo de ir porque depois eu não vou mais ver eles”

O Sr Flávio disse a ele que ele não precisava ter medo, que a gente o amava muito e estávamos ansiosos pela chegada dele. Então ele perguntou: “posso ir mesmo?” Eu então comecei a escrever e responder as coisas que ele perguntava. Disse que ele não era um fraco, que eu o amava de mais, que eu tava esperando muito a chegada dele, que eu ia ser uma ótima mãe e que sonhava em ter ele nos meus braços. O Amaral também escrevia coisas pra ele. Pra finalizar a seção o Sr Flávio disse pro espírito do João Pedro que ele devia ir lá avisar o vovozinho que cuidava dele que ele ia vir pra ficar com agente, então ele respondeu “Tá bom, eu vou lá falar com ele. Tchau mãe, tchau pai.”

Assim que o espírito do João Pedro se despediu, senti novamente a minha barriga dar um salto e ficar se mexendo. Na seqüência outra médium recebeu um espírito de criança que dizia assim “vai dar tudo certo com meu amiguinho” “eu queria tanto uma família assim como a dele, que me amasse de verdade” “se eu tivesse uma família assim eu ia pedir um monte de coisa, até coisa de comer”. A médium que estava recebendo o espírito, se levantou e abraçou minhas pernas por baixo da mesa e beijava meus pés dizendo que ia dar tudo certo.

Eu não tinha vivido em minha vida um momento de tanta emoção como esta. Claro que quem não acredita na doutrina espírita vai achar que tudo isso é bobagem, mas pra quem viveu este momento, não tem como não acreditar.

Eu chorei muito, estava muito emocionada, tão emocionada que não tinha percebido que enquanto o “amiguinho” do João Pedro se manifestava, 3 médiuns estavam psicografando e no final da seção eles me entregaram as cartas. Elas diziam assim:

“Eu sei que escolhi vir agora, não sabia que esta caminhada tinha tantos percalços, mas tenho certeza do amor de vocês por mim e quero que saibam que amo muito vocês. Amo vocês, amo vir junto de vocês. Tenho certeza que o amor de vocês me dará o perdão e por isso amo vocês ainda mais e acredito que com tanto amor juntos venceremos tudo isso. Paz, luz, saúde e um ótimo momento...”

“A minha chegada será com muita luz, amor, carinho, felicidade. Tudo será da melhor forma possível, tenha fé no Pai maior, e tranqüilidade no coração. E vamos para as festas com muita felicidade e saúde a todos. Um abraço mamãe e papai, do Joãozinho.”

“Te amo mamãe, tu também papai. Fiquem tranqüilos que tu vai ficar bem. Eu vou fazer a minha parte e nós vamos ter proteção dos meus amiguinhos aqui do céu. A gente vai conseguir. Fiquem com Deus, logo estarei com vocês aí. Um beijão com amor, João Pedro.”

Nossa, ter essas cartinhas na minha mão não tem preço. Isso me deu uma alegria, uma certeza de que tudo estava resolvido. Só que eu fiquei tão encantada com a possibilidade de ter tido contato com meu filho que esqueci de prestar atenção nos detalhes...

No dia seguinte, acordei tão feliz e resolvi que ia lavar as roupinhas dele, mesmo sabendo que ele não poderia usar nada no início, mas eu queria deixar tudo arrumadinho. Lavei as roupinhas e fiquei encantada de ver elas estendidas no varal que até bati foto. Senti uma felicidade de ver aquele monte de roupinha pendurada, fiquei imaginando que dali pouco tempo essa seria uma das minhas tarefas: lavar roupinhas de bebê.


Vindo do trabalho o Amaral me pegou em casa para irmos no mercado, pois eu tinha que fazer as compras para o chá de fraldas. Comprei muitos refrigerantes, caixinhas de chá, pratos e copos descartáveis, tudo para a festinha.

De noite fomos novamente no Boa Nova, pois aquele seria o nosso primeiro dia no grupo das gestantes. Grupo Caminhos de Luz, onde é feito apenas meditação e concentração de energias para as grávidas. Lá eu me concentrei muito pensando no João Pedro e jogando energias positivas pra ele. Na verdade eu queria que ele tivesse se manifestado novamente, então por diversas vezes eu mentalizava “Filho, a mãe queria muito que tu te manifestasse de novo, se tu tiver permissão. A mãe ia adorar que tu viesse falar com agente.” Mas naquela seção, o espírito dele não se manifestou. Em compensação na madrugada...

3 comentários:

  1. Oi Grayce! Tudo isso q tu contou é muito emocionante...e lindo! O contato q vcs tiveram com ele foi precioso. Eu estou começando no espiritismo também, é muito bom pra gente entender o q às vezes é mt difícil. A minha tia q é espírita e participa de grupos de estudo me disse q no caso do JP pode ter sido um espírito q precisava somente de mais algumas horas para cumprir a missão na terra. Isso acontece qdo por exemplo, os aparelhos de uma pessoa em fase terminal são desligados. Isso não deve ser feito, pq daí o espírito encarna novamente só pra cumprir mais aquelas horas q faltava na sua missão e interromperam. Não sei se tu entendeu, mas falei bem como a minha tia me explicou e eu fiquei surpresa.

    Um beijo pra ti minha amiga querida e estou sempre lendo o teu blog e sinto cada vez mais como tu é uma pessoa forte!

    ResponderExcluir
  2. Minha filha amada nao contive as lagrimas ao ver as roupinhas do JP no varal.Amo demais voces tres.

    ResponderExcluir
  3. Grayce querida, li o post de hj e fiquei arrepiada do inicio ao fim... Não tenho palavras para descrever o que senti...
    to emocionada....
    vcs são abençoados!!!

    beijos

    ResponderExcluir